Para a morte

​As lágrimas retornaram,

Os valores… Eles despencaram,

As manchas deixadas pelo sangue,

Continuam marcando o mundo,

E minhas vestes,

Assim como meu rosto,


Os ventos mutilam meu rosto,

O mundo grita,

Clama por mim,

Mas não serei digno,

Nem assinarei seu contrato,

Pois eu sou o homem,

Aquele que viveu o mundo,


As cortinas estão dançando,

Sobre meu corpo frio,

Elas riem,

Se fazem comediantes,

Zombam da minha breve existência,

 

Lembrai-vos,

as montanhas vermelhas estão a caminho,

O rio melancólico se aproxima,

Varrendo a culpa,

A vaidade,

A ausência de resposta…


Escutai-vos,

Os uivos da dor,

Logo,

O silêncio permanecerá,

Como meu corpo na terra,

Assim como meu lixo…


Observai-vos,

A chuva,

É melhor se precaver,

A fumaça negra chega levemente,

Ela tomará conta do teu corpo,

Como tomou conta do meu.


Mas o vinho,

Permaneceu,

Entre as cicatrizes,

Os cortes,

E a tristeza,

Que abomina os mais intelectos,

Se fazendo amiga.


Gritai-vos,

Em nome dos homens,

Pois Deus,

Abandonou essas terras,

Ele sente ódio do homem.


Amai-vos,

Pela morte que vaga junto a mim,

Pela esperança,

Pela fé,

Em que o mundo não acabe em palavras manchadas pela tristeza.


A vida é uma centelha esguia,

Que mal cintila aos olhos humanos,

Dos quais projetaram o fogo,

Ao se queimarem de ilusão.


Por meio desta,

Uma última carícia,

De suas mãos acolhedoras,

Apenas me leve…

Eu suplico.

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