Niilismo

Vida escrita em papel,
que seria uma história,
prefiro a mentira cruel,
de uma doce memória,
que logo iremos esquecer,

Cores misturadas nas telas,
vãs pinceladas tão belas,
e os sentimentos passados por elas,
que nunca iremos perceber,

Efêmeros momentos reversos,
inúteis poéticos versos,
infinito número de universos,
onde nunca existi…

Finito o ato de ser,
finito ato de compreender,
finita busca em entender,
o que realmente senti,
Ao estar aqui.

Voltas

Idas e voltas,
subidas e descidas,
montanha russa que és,
pulsante metáfora,
que adoece vez ou outra,
vontade inestimável,
de qualquer coisa que me faça existir,
um pouco mais,
um pouco menos.

Somos deuses de tempos perdidos,
amores sentidos,
conquistados,
roubados,
merecidos,
trucados.

É o às,
o seis,
o par de reis,
qualquer coisa entre um e outro,
pulsante metáfora,
paradoxo das mentiras,
frases jogadas ao vento.

Idas e voltas,
de longos caminhos,
vidas e mortes,
diferentes destinos,
eu volto hoje,
para morrer amanhã…
Eu vivo,
eu morro,
eu vivo de novo.